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Às vezes alguém nos dá a luz de um caminho. Foi por aí que nasceu o Por Aqui ou Por Ali. "Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido" Fernando Pessoa
Subi os altos degraus esculpidos em pedra, gastos pelos passos e pelo tempo da escada secular que conduzia ao cimo do pedaço da muralha da cidade, ainda resistente ao passar de longos anos.
Deslumbrei-me com a paisagem em redor. Tudo era apenas natureza, beleza, silêncio calmo.
Lá em baixo deslizava tranquilo o rio. Mais parecia adormecido embalado no abraço morno das montanhas rochosas aquecidas pelo sol de Julho que lhe desenhavam e amparavam o leito.
À memória chegavam ecos dos milénios de história.
De olhos fixos nas calmas águas, um convite de frescura, entendi.
Infinitamente antes da existência dos degraus que subira, do resto da muralha onde prendera meus pés, existia o rio, cumprindo a sua história, encaminhando as águas ao seu destino certo.
E apesar disso, aquelas águas que passavam, nunca eram as mesmas.
Quantas verdades absolutas nosso mundo guarda, verdades que nem sempre absorvemos.
Seilá, 29 de Julho de 2015