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Às vezes alguém nos dá a luz de um caminho. Foi por aí que nasceu o Por Aqui ou Por Ali. "Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido" Fernando Pessoa
Foi-se o dia das vaidades, coisas bonitas, que podem ser supérfluas, mas às vezes necessárias para nos emprestarem um pouco de ânimo.
Veio o dia das lembranças que nos trazem coisas boas do passado, viajamos com a saudade, tornamo-nos um pouco nostálgicos e nasce a vontade de por momentos. estarmos sós.
Inesperadamente, ou talvez não, juntamos-lhe umas gramas de ansiedade e o coração dispara com pena das ilusões perdidas.
Surge a vontade de abraçar, de acarinhar mas não sabemos como.
Que vontade de fugir, de caminhar sem destino de apanhar um outro rumo, longe, distante onde more o esquecimento.
Iluminar o túnel, beber a água das fontes, criar raízes nas pontes e um outro mundo nascer dentro do coração.
Seilá, 3 de Outubro de 2015
(fotos minhas)
Sobranceiro erguendo-se no cimo da colina na terra implantado, o castelo secular guarda a sua cidade observando-a, admirando-a, protegendo-a.
Quanta história através dos tempos encerra dentro das suas muralhas, de momentos de glória que o enchem de orgulho.
Quantas histórias, dos seus moradores, dos seus visitantes presenciou através de cada janela indiscreta dos edifícios da cidade que a eles todos vê. Tantas que lhes perde o conto. Guarda-as no silêncio das suas pedras emudecidas.
Olha e sente. Cada uma diferente da outra.
Na sua essência, todas por base o amor ou…
Não, o resto não importa! Só o amor, seja ele qual for, é valioso, digno de ser contado.
Há um ano o castelo observou mais uma história e tudo lhe indicou ter um bom começo, prenúncio de que poderia ser duradoura.
Prazenteiro guardou-a inscrevendo-a nas paredes a letras invisíveis, não fosse alguém descobri-la.
Eram forasteiros quem ele viu através daquela específica janela de luz difusa.
Não chegou a saber-lhe o desfecho.
Hoje, sob a abóboda de estrelas abraçadas pelo luar, escuta o vento que serpenteia por entre as ameias das suas muralhas assobiando baixinho. Sente a suave brisa que da noite quente e calma entra pelas suas janelas. Ambos lhe contam a mesma história.
- Tudo foi em vão - dizem-lhe - só restam as memórias para que não esteja esquecida. Acabou no âmago da indiferença.
E na sua beleza de monumento iluminado no sereno da noite, o castelo reflecte uma enorme nostalgia.
Un anno fa
Seilá, 22 de Agosto de 2012