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Lembro que doeu

por seila, em 13.01.15

 

Hoje ligaste-me. Imaginei que o farias que talvez precisasses do mimo de um desabafo.

Não, não me esqueci.

 

Lembro que doeu. Olhar-te e ver-te doeu como se um golpe me ferisse fundo, imensamente profundo.

Vi-te tão frágil que tive medo te desfizesses a qualquer momento diante de mim. Tão infinitamente só como se alguém te tivesse abandonado no deserto sem fim.

Una simples foto que alguém publicou no facebook mas de simples nada tinha.

Era a personificação completa de um ser perdido, vivendo um rumo à deriva, procurando desesperadamente a solução de um porto seguro, que lá no fundo sabia não existir, mas não conseguia admitir e sem entender a cilada que a vida lhe reservara. Pior do que tudo era o retracto vivo da humilhação, vítima da prepotência e do egocentrismo humano.

Lembro que chorei.

Lembro que me revoltei.

Lembro que desejei… eu nem confesso o que desejei e lembro que tive o impulso enorme de eliminar aquela foto. Contive-me. Nada te disse.

Lembro que duvidei de mim. Duvidei se o que via era realidade ou apenas imaginação desmedida.

 

Bastante mais tarde, quando tudo se aquietou um pouco mais, falei-te disto.

Olhaste-me com surpresa

– Tu também? – Perguntaste.

Numa voz um tanto sumida acrescentaste - Uma amiga minha disse-me o mesmo.

 

E aí eu tive a certeza que o meu coração vê, sente e nunca se engana.

 

 

Seilá, 13 de Janeiro de 2015

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publicado às 17:03

Ouvir o vento

por seila, em 05.01.15

                                                                    (Foto minha)

 

Gosto de te ouvir passando, rasando, beijando as copas frondosas do pinhal.

Vergam-se os ramos embalados na suave leveza de quem dança.

Chamam por ti baixinho como quem reza, meladas, sequiosas de afagos.

Eu, sinto-te na pele. Frescura inebriante percorrendo-me o corpo imóvel.

Descaem as pálpebras, apuram-se os sentidos.

És brisa subtil atiçando desejos, nascente de sonhos feitos de tule esvoaçante, vivos no limbo da imaginação.

E tu segues, nem pensas voltar atrás.

Vais zombeteiro, correndo alegre de te saberes provocante. Esse é teu destino.

Gosto de te ouvir passar no silêncio, rasando, beijando as copas frondosas do pinhal.

 

Seilá, 6 de Agosto de 2014

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publicado às 22:03

Feliz Ano Novo

por seila, em 01.01.15

 

E lá vimos partir mais um ano.

Estava velho coitado! Resistiu até ao último segundo, depois, ao bater da meia-noite exalou o último suspiro.

Foi então que, em pleno Inverno, floresceu um novo ano.

Veio cheio de vigor e boas intenções.

Ah, mas oiço alguém por aí dizer – olha que de boas intenções está o inferno (mundo) cheio!

Pois que assim será, talvez uma verdade incontestável, mas ele veio tão lindo, tão brilhante de sol, parece-me tão cheio de promessas…

Não queremos mais promessas, queremos factos, tudo a que temos direito preto no branco.

Então o Novo Ano contou e recitou para todos que desejava ser mais leve, mais justo, mais alegre, mais compreensivo, mais protector, mais positivo, menos conturbado, menos confuso, acima de tudo menos desigual.

É assim que todos os anos nascem, cheios de força e desejo de fazer mais e melhor.

Acho que todos nós temos uma estrelinha que nos guia os passos e nos faz viver, esperando.

           Eu chamo-lhe Esperança.

Trago dela a mala de porão cheia e é com ela que desejo a todos um verdadeiro Feliz Ano Novo.

 

 

Seilá, 1 de Janeiro de 2015

 

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publicado às 17:57


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