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Manhã de Maio

por seila, em 29.10.14

                                (Foto copiada da net. Não consegui saber o autor)

 

Em movimento gracioso de ave que levanta voo, ergueu os braços palmas das mãos ligeiramente em concha, voltadas para cima. O rosto procurou os raios de luz. Fechou os olhos lentamente e nos lábios entreabertos desenhou-se-lhe um sorriso feliz.

De onde a via, pareceu-me que agradecia a graça do sol que a aquecia, a mistura dos aromas da terra que em tempo de renovação, exalavam. Avidamente os inspirava.

Eram pinceladas extensas de amarelo oiro entrelaçadas em tons de lilás suavizadas de manchas de pequenos pontos brancos. O verde não se fazia rogado e aqui e ali tufos de vermelho vibrante sobressaiam das frágeis pétalas de lindas papoilas nascidas.

Um cântico de cor emoldurado por filas de Sobreiros. Troncos descascados exibindo um castanho encarniçado dando lugar á copa de um verde seco, ondulante, sob a brisa leve que passava. Transpiravam dignidade.

E como que sendo o abrigo de um tecto, cobria todo o cenário, o azul limpo de um céu aberto e brilhante, empréstimo do sol do meio do dia.

Reinava a paz, a tranquilidade no silêncio apenas quebrado pelo cantar dos pássaros que em alegria plena saudavam o renascer da vida.

Quisera ser pintor. Gravar na tela momento de tamanho esplendor.

Falta-me a arte de o ser.

Mas aquela miragem que meus olhos viram ficou no pensamento retida, imortalizada.

Uma manhã do princípio de Maio algures pela província do Alentejo, um tempo de renovação, mistério da terra abençoado.

 

 

 

Seilá, 12 de Maio de 2013

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publicado às 22:37


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